Domingo
de Ramos é uma festa
móvel cristã celebrada no domingo antes da Páscoa. A
festa comemora a entrada triunfal de Jesus em
Jerusalém, um evento da vida
de Jesus mencionado nos quatro evangelhos canônicos (Marcos 11:1, Mateus 21:1-11, Lucas 19:28-44 e João 12:12-19). Na
liturgia romana, este dia é denominado de "Domingo de Ramos e da Paixão do
Senhor".[1]
Em
muitas denominações cristãs, o Domingo de Ramos é
conhecido pela distribuição de folhas de palmeiraspara
os fiéis reunidos na igreja. Em lugares onde é difícil consegui-las por causa
do clima, ramos de diversas árvores são utilizados...
Nos
relatos evangélicos, a entrada triunfal de Jesus ocorre por volta de uma semana
antes de sua ressurreição.[2][3][4][5]
De
acordo com eles, Jesus chegou montado em um jumento em
Jerusalém e o povo, festivo, lançou seus mantos à sua frente, assim como
pequenos ramos de árvores. A multidão cantou parte de um salmo (Salmos 118:25-26)
— "Salva-nos agora, te pedimos, ó Javé; Ó Javé,
envia-nos agora a prosperidade. Bendito seja aquele que vem em nome de Javé, Da
casa de Javé vos abençoamos."[6][2][3][4]
O simbolismo do
jumento pode ser uma referência à tradição oriental de que este é um animal da
paz, ao contrário do cavalo, que seria um animal de guerra.[7]Segundo
esta tradição, um rei chegava montado num cavalo quando queria a guerra e num
jumento quando procurava a paz. Portanto, a entrada de Jesus em Jerusalém
simbolizaria sua entrada como um "príncipe da paz" e não um rei
guerreiro.[7][6]
Em Lucas 19:41, conforme
Jesus se aproxima de Jerusalém, ele olha para a cidade e chora por ela (no
evento conhecido como em latim: Flevit super illam), já prevendo o sofrimento a que
passará a cidade.
Em
muitos lugares no Oriente Próximo antigo, era costumeiro cobrir
de alguma forma o caminho à frente de alguém que merecesse grandes honras.
A Bíblia
hebraica (II Reis 9:13) relatam
que Jeú,
filho de Josafá,
recebeu este tratamento. Tanto nos evangelhos
sinóticos quanto o Evangelho de João reportam que a multidão
conferiu a Jesus esta honraria. Porém, nos sinóticos, o povo aparece lançando
suas vestes e juncos cortados
na rua, enquanto que em João, mais especificamente, menciona ramos de palmeira.
Estes eram símbolos de triunfo e vitória na tradição judaica e aparecem em
outros lugares da Bíblia (Levítico 23:40 e Apocalipse 7:9, por
ex.). Por causa disto, a cena do povo recebendo Jesus com as palmas e cobrindo
seu caminho com elas e com suas vestes se torna simbólica e importante.
A
celebração do Domingo de Ramos começa em uma capela ou igreja afastada de onde
será rezada a Missa. Os ramos que os fiéis levam consigo são abençoados pelo
sacerdote. Então, este proclama o Evangelho da entrada de Jesus em Jerusalém, e
inicia-se a procissão com algumas orações próprias da festa, rumo
à igreja principal ou matriz. Nesta procissão, canta-se o solene canto
chamado "Hino ao Cristo Redentor":
Glória,
louvor, honra a ti, ó Cristo Rei, redentor. Sobe a ti piedoso hosana, dos
pequenos o clamor!
De
Israel rei esperado: de Davi ilustre filho; o Senhor é que te envia, ouve pois
nosso estribilho. Todos juntos te celebram, quer na terra ou nas alturas;
cantam todos teus louvores, anjos, homens, criaturas. Veio a ti o povo hebreu,
com seus ramos, suas palmas; também hoje te trazemos nossos hinos, nossas
almas. Festejam a tua entrada, que ao Calvário conduzia; mas agora que tu
reinas maior é nossa alegria. Agradaram-te os seus hinos, nossos hinos
igualmente; o que é bom tu sempre acolhes, Rei bondoso, Rei clemente. [1]
O
sentido da festa do Domingo de Ramos tratar tanto da entrada triunfal de Cristo em Jerusalém,
e depois recordar sua Paixão, é que essas duas datas estão intensamente unidas.
A Igreja recorda que o mesmo Cristo que foi aclamado como rei pela multidão no
domingo, é crucificado sob o pedido da mesma
multidão na sexta. Assim, o Domingo de Ramos é um resumo dos acontecimentos
da Semana Santa e também sua solene abertura.
Em
muitas igrejas, as folhas de palmeira são guardadas para serem queimadas
na Quarta-feira de Cinzas do ano seguinte.
Em
algumas regiões não há palmeiras, pelo que são utilizados os ramos de outras
árvores, tais como o loureiro ou a oliveira.
A Igreja Católica considera as folhas abençoadas
como sagradas.
Oriente[editar | editar código-fonte]
Na Igreja
Ortodoxa, o Domingo de Ramos é geralmente chamado de "Entrada do
Senhor em Jerusalém" e é uma das Doze Grandes Festas do ano
litúrgico, além de marcar o início da Semana
Santa. O dia anterior é conhecido como Sábado de Lázaro e
comemora a ressurreição de Lázaro. Ao contrário do
ocidente, o Domingo de Ramos não é considerado como parte da Quaresma, com
a chamada Grande Quaresma ortodoxa
terminando na sexta anterior. O Sábado de Lázaro, Domingo de Ramos e a Semana
Santa são considerados como um período separado de jejuns. No sábado,
os fiéis geralmente preparam as folhas de palmeira trançando-as na forma de
cruzes antes da procissão no domingo. A decoração das igrejas e as
vestimentas dos sacerdotes são alteradas para uma cor festiva — dourado
na tradição grega e verde nas eslavas.
O Tropário da festa indica que a
ressurreição de Lázaro é uma versão anterior da ressurreição do próprio Jesus.
Não
há nenhum requisito canônico sobre que tipo de ramo deve ser
usado e, por isso, alguns ortodoxos se utilizam de oliveiras ou
ramos de salgueiros. Seja qual for o tipo, estes ramos são
abençoados e distribuídos com velas seja durante a Vigília da Noite Inteira na
véspera da festa (sábado à noite) ou antes da Divina
Liturgia no domingo de manhã. A grande abertura da Divina Liturgia
comemora a "Entrada do Senhor em Jerusalém" e, assim, a significância
do momento é sublinhada no Domingo de Ramos pela multidão de pé, segurando os
ramos e as velas acesas. Os fiéis levam depois os ramos e velas para casa após
o serviço religioso e os preservam como "bençãos".
Na Rússia,
procissões eram realizadas em diversas cidades, principalmente em Novigorode,
entre 1558 e 1693, em Moscou. Ela
aparecia de forma proeminente no relato de testemunhas e era mencionada nos
mapas ocidentais contemporâneos. O patriarca de Moscou, representando Cristo, montava
num "jumento" (um cavalo vestido com panos brancos na realidade);
o Czar da Rússia humildemente liderava a
procissão a pé. Originalmente, as procissões em Moscou começavam dentro
do Kremlin e
terminavam na Igreja da Trindade, atualmente conhecida como Catedral de São Basílio, mas, em 1658, o patriarca Nikon inverteu a
ordem da procissão. Pedro I, como parte da nacionalização da
igreja, acabou com o costume, com tentativas de recriação aparecendo
novamente no século XXI.
Nas Igrejas ortodoxas orientais, as folhas
de palmeira são distribuídas na frente da igreja, nas escadarias e os
santuários são todos decorados com flores. A congregação então realiza a
procissão através da igreja e fora dela.
Fonte:
pt.wikipedia.org
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